Escritas coletivas
A escrita é uma experiência individual maravilhosa que pode ser compartilhada e coletivizada. Este blog foi criado para as alunas e alunos da Turma A/2011 de Morfologia do Português da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. Aqui, queremos nos expressar livremente, sem preocupações nem objeções.
quarta-feira, 6 de abril de 2016
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
TRABALHO ESCRITO (RELATÓRIO)
Objetivos:
Com a elaboração do trabalho escrito proposto, você terá a oportunidade de:
- Aprofundar, aprimorar e refletir sobre os conhecimentos de Morfologia do Português, um dos níveis de análise da linguagem, com os quais entrou em contato durante o segundo semestre de 2012-13;
- Refletir acerca das concepções e teorias fundamentadoras da descrição mórfica do Português;
- Analisar dados do Português;
- Praticar a escrita acadêmica;
- Elaborar relatório acadêmico (ensaio, artigo, monografia).
Orientações gerais:
O trabalho que você vai escrever (e apresentar) é um relatório do estudo feito na disciplina Morfologia do Português, durante o segundo semestre letivo. Relatório "é um texto de natureza analítico-expositiva, no qual são apresentados os resultados de um [estudo] observado ou da análise de dados coletados durante uma pesquisa. (...) funciona como uma prestação de contas ao final de uma atividade ou pesquisa específicas." O relatório científico/acadêmico - de pesquisa ou de estudo - apresenta o desenvolvimento e as conclusões de uma pesquisa ou de [estudos] científicos." (ABAURRE; ABAURRE; PONTARA, 2010, p. 466. Adaptado) Trata-se de um gênero discursivo, com finalidade e circulação específicas. Por isso, apresenta também estrutura e linguagem específicas.
É um texto de caráter analítico-expositivo, com apresentação de evidências, exemplos comprobatórios. Deve ser redigido em linguagem clara (sem ambiguidades nem pluralidades de sentidos), concisa e objetiva (informações diretas, sem rodeios nem enfeites desnecessários). Deve-se evitar avaliações e visões particulares, pessoais; não fazer juízos de valor; evitar o emprego de linguagens figuradas; e priorizar enunciados sintaticamente organizados com a ordem direta.
A estrutura do relatório deve conter uma introdução, exposição - apresentação dos dados e discussão e análise do que representam esses dados para a proposta de estudo. A produção/organização do relatório (trabalho escrito) não pode perder de vista que se trata da produção de uma unidade, portanto, deve-se observar a sequência e a interligação entre as partes que compõem o todo. Para auxiliar nessa organização, sugiro que o trabalho seja estruturado em, pelo menos, três partes, além da introdução, conclusão e referências. Pode haver ainda, se for necessário, anexo e apêndice.
Estrutura do relatório:
Capa
Folha de rosto
Sumário
Introdução (retomar o programa da disciplina)
Apresentação do que trata o texto, ou seja, o que o leitor vai encontrar no texto: exposição da questão central do trabalho - formas de estudo das estrutura morfológica das línguas naturais; os objetivos gerais - Identificar e reconhecer elementos morfológicos em diversas línguas. Identificar a unidade mórfica típica de línguas de diferentes tipos linguísticos. Descrever os processos morfológicos de diferentes línguas naturais; os procedimentos adotados na análise e o suporte teórico (linha teórica, conceitos, categorias de análise, modelos de análise).
1. Propostas de descrição mórfica do Português (Joaquim Mattoso Câmara Jr. e Maria Carlota Rosa)
a) aqui entram todas as atividades propostas e realizadas ao longo do semestre, com o objetivo de levar à apropriação das propostas de descrição do Português.
b) reflexão acerca das propostas de descrição do Português relacionadas às teorias e aos modelos teóricos propostos para a análise das línguas naturais, estudados em Morfologia no semestre 1.
2. Descrição mórfica do Português
c) classificação das formas da língua: formas livres, formas presas e formas dependentes
d) o sentido e as funções de cada uma das formas
e) a classificação das formas como morfemas do Português
f) processos de formação de palavras
g) o nome e suas flexões em Português - o nome comum e o nome próprio
h) o verbo e suas flexões em Português - classificação dos verbos
Reflexões sobre o estudo realizado.
3. Análise das práticas de nomeação em Goiás.
levantamento dos dados
categorização dos nomes próprios
interpretação e discussão dos resultados
Reflexões sobre o estudo realizado.
Considerações finais
d) o sentido e as funções de cada uma das formas
e) a classificação das formas como morfemas do Português
f) processos de formação de palavras
g) o nome e suas flexões em Português - o nome comum e o nome próprio
h) o verbo e suas flexões em Português - classificação dos verbos
3. Análise das práticas de nomeação em Goiás.
levantamento dos dados
categorização dos nomes próprios
interpretação e discussão dos resultados
Reflexões sobre o estudo realizado.
Considerações finais
Interpretação, análise e discussão dos resultados. Podem ser apresentados questionamentos e recomendações aos procedimentos de categorização e estudo das práticas de nomeação no Brasil e sobre a descrição mórfica do Português.
Referências
Todos os autores/obras e sites consultados para a realização do estudo.
Referências
Todos os autores/obras e sites consultados para a realização do estudo.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
A INVENÇÃO DA MENTIRA
por Jim Davis http://www.garfield.com/ http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/image/36593041624 |
terça-feira, 27 de novembro de 2012
UM BREVÍSSIMO CONTO:
Maria e a névoa (por Isaias Martins)
Cicio,
cicio
Dizia ela ao vento
Como quem doma cavalos.
Isaias Martins
Tudo
acontecia dentro de si. Para ela tudo era bem concreto e palpável, mensurável e
subjetivo em seu interior. Tal idiossincrasia paradoxal prendia-a nos palácios
emocionais de sua alma e nos castelos de sua mente.
&
Mesmo sendo açoitada pelo sono, Maria deixou o seu quarto
naquela noite quente de domingo. Quando chegou ao quintal não encontrou o que
queria. Buscou refrigério olhando para cima, atraída pela claridade da lua
nova.
Havia névoa inoportuna na superfície lunar. Névoa que Maria
nunca saberá do que é feita. No entanto, a mulher sabia que aquela névoa era
sua inimiga e que não a deixaria encontrar a solução para o seu conflito
íntimo.
Maria enraiveceu-se. Apontou dedo firme para a lua, como quem
acusa e ameaça. Gritou como uma louca, imprecações inéditas e antigas. Mas, com indiferença, a névoa
insistia em encobrir aquela cena singela e aprazível, que poderia dissipar o
tumulto dentro de Maria.
Sim. A névoa encobria um tal Jorge e um dragão.
Enfrentaram-se brutalmente há algum tempo, porém, agora brincavam de roda. Isto era
maravilhosamente incrível e inspirador.
&
Logo, esta névoa agitava-se em rodopios celestiais,
avolumava-se rapidamente e descia da lua até ao quintal de Maria em poucos segundos.
Colocava-se ante a pequena e magra mulher, a poucos centímetros apenas. Isto a
transtornava. Ela sempre pensava que morreria, mas nunca morre. Consegue apenas
dizer Cicio, cicio.
Sempre quando tinha lua nova Maria passava por isto: a mesma
agonia, a mesma névoa na alma, a mesma raiva, a mesma frustração.
A mulher completara no dia anterior 67 anos. O martírio se
repetia há 51. Desde aquele acontecimento...
&
Ainda trêmula e molhada, Maria voltava para seu quarto. Colocava um
travesseiro entre as pernas. Cobria-se completamente. Em posição fetal e
dizendo Cicio, cicio, ficava até
dormir.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Literatura, Educação e Política: Poema de boas vindas: A morte do pensar
Literatura, Educação e Política: Poema de boas vindas: A morte do pensar: A morte do pensar Não sei, Nem escuto, sequer balbucio: eis enfim, minha fala vra , imenso e farto Vazio! Carlos Willian Lei...
sábado, 10 de novembro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
OBIAH: Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/...
OBIAH: Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/...: Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta ca...
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
MINICURSO CONPEEX/2012
ENSINO INTERCULTURAL E TRANSDISCIPLINAR DE PORTUGUÊS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
RESPONSÁVEL: Profª Drª Tânia Ferreira Rezende
REALIZAÇÃO: OBIAH Grupo Transdiciplinar de Estudos Interculturais da Linguagem
PERÍODO: dias 22 e 23 de outubro de 2012, das 8h as 11h30
LOCAL: sala 33, piso inferior da Faculdade de Letras/Campus 2 UFG
INSCRIÇÃO: obiahpml@gmail.com
DESCRIÇÃO: O objetivo do minicurso é apontar estratégias de ensino de português para a Educação Básica, de formatransdisciplinar, considerando áreas mais próximas da disciplina Língua Portuguesa, como a Literatura e as artes em geral, e áreas mais distantes, como a Matemática e a Física; e numa perspectiva intercultural, considerando a história e os espaços da língua e de seus falantes, as práticas reais de uso da linguagem e as experiências sociais, culturais, ideológicas e afetivas dos participantes coma língua portuguesa, em particular com o ensino e com a escrita em português na escola.
Profª Tânia Rezende
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Reverso do retrocesso: Entre o circo e a escola privada (Pt.1)
Reverso do retrocesso: Entre o circo e a escola privada (Pt.1): Meu conselho de “ educador ” é: tire o seu filho da escola e matricule-o, no máximo, em um circo. A educação brasileir...
terça-feira, 18 de setembro de 2012
"Jumar", uma língua simulada a partir do Hebreu
Esta postagem refere-se à simulação de uma língua que nomeamos “Jumar”, a qual integra um trabalho de descrição e teorização morfológica apresentado à Profª Tânia Rezende como critério avaliativo. Seguem os dados:
1) Blicat ‘ligar’
2)
Blicattot ‘ele ligou’
3)
Blicattat ‘ela ligou’
4) Blicattout ‘nós ligamos’
Observem que a composição das
unidades 1 e 2 revelam que a primeira constitui a base para a formação da
segunda ( e de todas as formas seguintes). Logo, nesta língua, a raiz é
expressa, ao se tratar de verbo, sempre sob a forma do infinitivo. Além disso,
as formas 2, 3 e 4 apontam uma oposição na expressão e no conteúdo entre /-tot/
‘ele’, /tat/ ‘ela’ e /out/ ‘nós’, o que , dada a artificialidade da língua, nos
permite certificar esta análise. Entretanto, há de se observar certas irregularidades
nesta língua, as quais podemos verificar nos seguintes dados:
5)
Blitactateé ‘Ela ligou-me’
6)
Blitacauzié ‘Eles ligaram-te’
Nestas unidades apresentadas,
podemos observar que há uma mudança morfofonêmica denominada metátese - fenômeno que consiste na
transformação da ordem dos fonemas -, verificada em todas as expressões
que contêm pronomes, ocasionando assim, uma permutação entre as duas últimas
consoantes presentes na raiz da “palavra”. Isso pode ser verificado na ocorrência
de /c/ quando seria de esperar /t/, segundo os dados acima referidos.
Outra importante reflexão está na
comparação das unidades 5 e 6 com as unidades 2, 3 e 4, as quais permitem
identificar os morfemas /eé/ ‘me’, /auz/ ‘eles’ e /ié/ ‘te’; capazes de nos
revelar os seguintes pares morfêmicos: /tat/ ‘ela’ e /tot/ ‘ele; /eé/ ‘me’ e /ié/ ‘te’ (pertencentes à classe
dos pronomes). Portanto, a língua “Jumar”, como foi observado, é divisível,
basicamente, em dois ou três segmentos: tema + agente + pessoa sujeita à ação;
e seguindo, em geral, esta ordem.
Podemos observar que esta língua fantasiosa segue em essência a organização da língua hebraica, uma vez que esta nos serviu de base tanto na criação como na descrição daquela.
Observem os dados a seguir:
1) ktb 'escrever'
2 ) katab 'ele escreveu'
3) katib 'escrevendo'
4) kitab 'livro'
5) maktab 'lugar para
escrever'
Ao observarmos a primeira
unidade, percebemos que por se tratar de uma língua semítica, o padrão mais
geral para as raízes é CCC (consoante). Em 'ktb-escrever' o verbo é composto de
três consoantes e posteriormente há a inserção de outras letras que configuram
a mudança tanto do tempo verbal quanto de classe de palavra ou mesmo a origem
de uma sentença.
Em 'katab-ele escreveu', a
inserção de 'a-ab' origina a conjugação do verbo em terceira pessoa do singular
referente à primeira unidade. Isso ocorre também 'katib-escrevendo': ao inserir
'a-i' na raiz tem-se um verbo em gerúndio.
As unidades 4 'kitab-livro' e 5
'maktab-lugar para escrever' diferem-se das exemplificadas anteriormente pelo
fato de que não se tratam de verbos. Em 4 observa-se que a inserção de 'i-a'
deu origem a um substantivo. É interessante observar que se fôssemos
considerar apenas a glosa dos dados, diríamos que se trata de um fenômeno
irregular, pois a relação de derivação que há entre 'escrever' e 'livro'
não é direta. Todavia, estamos tratando de uma língua semítica, ou seja, uma
língua que não pertence ao mesmo grupo linguístico do português e, portanto, as
características derivacionais diferem-se não somente em relação ao fator
morfológico, mas também semântico da língua.
Esse fenômeno também acontece
parcialmente na unidade 5: a inserção de 'ma-a' originam uma sentença, ou seja,
tem-se um substantivo masculino singular e uma preposição que se relacionam com
verbo.
Desta forma percebemos que a
língua em questão apresenta modelos de derivação morfológica diferentes do
português. Isso acontece, sobretudo porque se tratam de línguas cujos grupos
linguísticos são diferentes (semita e indo europeu). A unidade mórfica que
possibilita a transformação das palavras analisadas são os infixos, ou seja,
morfemas que se inserem por completo no interior da raiz. É muito interessante
observarmos que esse processo denominado 'infixação' propicia mudanças radicais
no sentido da palavra: um verbo que origina verbos conjugados, em tempos
verbais diferentes e até mesmo a origem de outro substantivo que não possui
relação direta com a raiz. Assim, fica-nos claro que o impacto desse fenômeno
morfológico causa diferentes resultados nas diferentes línguas existentes.
Logo, é visível a complexidade destes sistemas linguístico, uma vez que compreendem "fatores" intensamente distintos dos que nos é comum na língua portuguesa, fato que nos exige uma atenção cuidadosa e nos possibilita direcionar um olhar diferenciado sob o objeto em questão.
Jullyana Correa Ribeiro
Marco Aurélio Tomaz Cardoso
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