“Vestibular: 1. Relativo a vestíbulo. 2. Diz-se do exame de
admissão a um curso superior.
Vestíbulo: Compartimento na entrada dum edifício, em geral
entre a porta e a principal escadaria interior. ”
Minidicionário Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira, 4ª edição.
“As línguas, como as
civilizações, têm história. Isso quer dizer que são processos sujeitos a
transformações. Desse enfoque se ocupa a gramática histórica e, em particular,
a etimologia, que é o estudo da origem das palavras. Determinar com precisão o
nascedouro das palavras é tarefa das mais difíceis e nem sempre levada a termo.”
Thaís Nicoleti de Camargo, Folha de S. Paulo/2010
A palavra vestibular origina-se do latim vestis que
significa: roupa, veste. Vestibulum, o diminutivo, era em Roma, uma peça que
ficava na entrada das casas, onde as pessoas, ao chegarem deixavam suas roupas
mais pesadas, ou, ao sair completavam-nas. Posteriormente a palavra vestibulum
passou a designar somente a entrada das casas, a partir desta noção de
“entrada” é que a palavra passou a indicar também a entrada no ensino superior,
ou seja, o processo seletivo para nível superior.
A palavra vestíbulo reforça o sentido desenvolvido
da palavra vestibular, no sentido da passagem obrigatória de quem quer chegar à
porta principal.
Então:
VESTIS à VESTIBULUM à VESTÍBULO à VESTIBULAR
roupa, veste diminutivo peça na entrada das casas exame de admissão
para colocar roupas de rua a um curso superior
(capas, abrigos)
compartimento na entrada
de um edifício compartimento na entrada
“As línguas
se cruzam, se complementam e se modificam incessantemente, acompanhando o
movimento de transformação do ser humano e suas formas de organização social.”
Nadia Betania, Artigo: Língua e Linguagem/2010.
Por: Lorrany Limirio
Tal palavra vem do Latim VESTIS, “roupa, veste”.
ResponderExcluirVESTIBULUM, um diminutivo, era uma peça na entrada da casa onde as pessoas retiravam roupas de rua (capa, abrigos) ao chegarem ou as colocavam antes de sair.
Passou a designar a entrada de prédios.
Da noção de “entrada” passou a indicar também a “entrada” no ensino superior.
Também indica dilatações no início de um canal, em Medicina.
e minha opinião em relação à entrada neste vestíbulo é um pouco diferente da de vocês (Jorge Santana e Tânia Rezende). Minha vida inteira estudei em escolas públicas e meus acessos às universidades se deram unica e exclusivamente através de meu esforço, minhas leituras e minha curiosidade. Inclusive neste último, quando entrei na Letras, depois de estar parada por mais de 20 anos. Não penso que nossas universidades privilegiem só os abastados não!!! Acho que a entrada a este vestibulum é mais que democrática! Falta democracia talvez em algo mais amplo quando se trata de informação e educação no Brasil!
ResponderExcluirConsidero ótima esta postagem, era uma curiosidade que tinha. E faz total sentido, é interessante notar que a carga semântica do significado inicial ainda se mantém, mesmo que de maneira suave. Quanto à opinião da Renata, não considero que exemplos específico de sucesso no acesso à universidade, como o seu ou mesmo o meu, sejam suficientes para delimitar que o vestibular seja democrático ou não. Você acha que uma instituição que faça uma prova complexa e seletiva para a qual alunos que estudaram em escolas públicas não recebem preparo não seja uma maneira de privilegiar? Pode ser democrático no sentido de que todos podem se inscrever para fazê-la, mas não é de maneira alguma no sentido de prover meios para que todos cheguem lá com as mesmas condições. Se se falta democracia na maneira como se trata a educação no Brasil, correspondentemente faltará também no acesso a educação superior pública, isto é, no vestibular.
ResponderExcluirRenata e Michel, é a contradição que venho destacando há alguns anos. O Brasil democratizou o acesso aos espaços escolares, na educação básica, mas não democratizou o acesso aos conhecimentos que circulam nesses espaços. O vestibular exige o pleno domínio nesses ditos conhecimentos. Consequentemente, tem acesso às universidades quem acessou os conhecimentos exigidos ao longo dos anos de formação na educação básica. Consequentemente, nem mesmo os espaços do ensino superior estão democratizados.
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